Há alguns séculos atrás, existia uma família nobre na Terceira, que tinha escravos negros.
A filha do morgado, habituada a receber as ordens do pai, aceitou um casamento imposto por conveniência. Era um casamento sem amor mas por boa educação e honestidade, ela submetia-se ao marido. No entanto, a morgada tinha um amor proibido por um escravo negro, que também gostava dela.
Um dia o escravo negro falou com ela
e, juntos, chegaram à conclusão que o seu amor era impossível, só poderiam
viver juntos se fugissem. O marido da morgada que já desconfiava, ordenou a uma
das aias da esposa que a seguisse por todo o lado. Tendo ouvido a conversa
entre a morgada e o negro esta informou o amo, que mandou os seus capatazes
prenderem o escravo.
Ao ouvir o ladrar dos cães de caça ao longe, sabendo que não
era dia de caçada, o escravo desconfiou que andavam à sua procura e pôs-se em
fuga. Após um dia e uma noite caminhando em direção ao interior da ilha, cansado
e ouvindo os cavalos próximos, sem forças para correr e sem ter onde se
esconder, resolveu parar por ali.
Começou a chorar e as suas lágrimas multiplicaram-se fazendo
nascer uma linda lagoa à sua frente. Quando se apercebeu da lagoa, os cavalos
já estavam a chegar. Não tendo para onde fugir, atirou-se para as águas escuras
da bela lagoa, onde se afogou.
Texto adaptado por:
Alexandre Ribeiro
5º Ano 1ª Turma
A Lagoa do Negro
localiza-se na freguesia dos Altares, concelho de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira
Açores.
É
uma lagoa de pequenas dimensões, cujo nome se perde na noite dos tempos,
algures no início do povoamento da ilha.É envolvida por um dos lados por um maciço de criptomérias, por outro possui como fundo a serra de Santa Bárbara, ladeada pelo Pico Gaspar.
Sob esta lagoa desenvolve-se a gruta do Natal, formada por tubos de escorrências lávicas, testemunho de antigas erupções do vulcão da serra de Santa Barbara.
Diogo Ribeiro
5º Ano 1ª
Turma
2011 -12
2011 -12